terça-feira, 27 de maio de 2014

QUERIA QUE O POEMA TIVE-SE.

Para agradar certa guria
pedi ao campo
que me empresta-se sua poesia.
Floresce no inverno
com força a flor azedinha
tapa o chão desta fronteira
se pude-se coletava todas, e daria de presente a minha prenda.
Gostaria de por no poema
o canto da calhandra
com sabedoria, e força na garganta.
levaria no poema a tardezita
com os aromas desta pampa
para minha morena,flor mais bonita
motivo pelo qual este paysano canta.

Queria que o poema tive-se a estampa
de uma tarde calma junto ao rio
que carregue anseios  de minha alma
pra meu peito não sentir-se vazio
queria que o poema tive-se, o tamanho de um momento
que sirva como uma prece,e carregue meu pensamento
que o poema semeie, assim como semeia o vento
que semeie no coração da prenda,um belo sentimento.




 
Ardea cocoi.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O FRIO PEDE LICENÇA.

O frio mostrou a cara
nos pagos da fronteira
encarangou o paysano
arrepiou a coruja-buraqueira
o dia segue mateando
ao lado de uma fogueira
porem a lida de campo prossegue a semana inteira
sina de inverno é minuano estralando a mangueira
ao ver esta paisagem
cada vez mais tenho certeza
em meio a tanta umidade
extrema beleza
uma barbaridade,se espera pobreza
não o que dizem as aves,que aqui encontram riquezas
o banhado se agiganta

e a pampa,pede licença.
Athene cunicularia.

domingo, 11 de maio de 2014

CAMPANHA.

O que diz meu canto
anseios de vida
no entanto,me gusta a lida de campo
uma tarefa cumprida
inspiração para poesia
pelo banhado e espinilho
em comunhão ao arado e ao gado bovino
coisas que eu digo,do fundão da invernada
do frio,do calor,o desespero na chuvarada
pois pra viver na campanha
o paysano tem que ser taurra.

 
Mimus saturninus.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

PRAS BANDAS DA COXILHA ALTA.

Campeando paz para caçada
no corredor firmou morada
junto a tupã e a prenda amada
do buraco,fez tapera assombrada
com fé,plantou futuro e ninhada

nos pagos de Jaguarão,pras bandas da coxilha alta.
Athene cunicularia.