quarta-feira, 30 de abril de 2014

EMA.

É uma ave pesada
que não pode voar
seu destino é caminhar
pela planície encharcada
de patas largas
igualmente ao pescoço
forma bandos numerosos
ainda muito caçada.

Sucumbe a maldade do homem
talvez por isso sumiu da serra
pois lhe matam sem sentir fome
e sem nenhum respeito a terra
da campanha é mais um quera
que torreia o minuano de frente
é como se fosse meu parente
pois me considero um nativo
deste vasto chão primitivo
que povoa minha mente.

O macho que defende os ovos
com valentia e astucia
um colírio para os olhos
não é qualquer  coisa que lhe assusta.

Come a soja sim
que poderia vender o homem
porem tenho pra mim
só assim pode matar a fome
pois sem capim nem banhado
não se pode dar ao luxo o selvagem
pois sabe que o alambrado é uma baita bobagem.

Ainda tem que enfrentar o javali
intruso caborteiro
que devora ovos
adultos e panuelos.

Se hoje sou payador
é por culpa da ema
enorme inspiração
para escrever um poema.

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